quinta-feira, 17 de outubro de 2013

III Semana de Matemática

Departamento de matemática da UEMA de São Luís promove semana de matemática, seque texto descritivo do evento na integra:
 O Departamento de Matemática e Informática, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) realiza, no período de 29 de outubro a 01 de novembro, a III Semana de Matemática da Uema. O evento acontece no auditório do Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais (Cecen) e no prédio de matemática e física da Uema. 
Com o tema “Matemática e suas aplicações”, o evento tem como principal objetivo integrar e divulgar a produção acadêmico-científica dos Cursos de Matemática nos vários Centros Acadêmicos da Instituição, bem como promover a integração entre estes cursos, seus programas de extensão universitária, projetos de pesquisas e demais atividades pedagógicas.
O evento reunirá estudantes e profissionais da Matemática, bem como pesquisadores de renome que ministrarão minicursos e palestras. A semana é composta por sete minicursos, palestras, sessões de pôsteres e sessões técnicas. Veja a programação completa clicando aqui.
As inscrições podem ser feitas através do site http://www.demati.uema.br/

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

“Equações: Grandes Matemáticos” - O teorema de Pitágoras: A Magia do Triangulo Retângulo.

Hoje começa a série “Equações: Grandes Matemáticos”, na qual vamos contar ao nosso jeito a história e curiosidades por traz de algumas Equações Matemáticas e seus autores. Em fim se quiserem confirmar pesquisem. – O conhecimento é uma construção pessoal.
O teorema de Pitágoras: A Magia do Triangulo Retângulo.


c² = a² + b²
“O quadrado do comprimento da hipotenusa de um triangulo retângulo é igual à soma dos quadrados do comprimento dos outros dois lados.”

O mais conhecido teorema já descoberto por varias civilizações como a babilônica, a hindu e a egípcia.  Estando presente ainda que de forma disfarçada na maioria dos postulados e equações.
— duvida? Vou citar só alguns exemplos, a ideia base usada por Leibniz e Newton, criadores do Calculo Integral e Diferencial, tem haver com um triangulo retângulo uma curva e dois pontos e uma reta tangente a eles ou um ponto se movimentado sobre a curva e outro fixo. Sendo deduzido que para se chegar ao conceito atual de Calculo de Integração e diferenciação o caminho percorrido passou pela pedra triangular da Matemática, o Teorema de Pitágoras. —Adivinha qual artificio matemático Einstein usou para chegar a celebre formula da Relatividade Geral? Com certas adaptações as equações da termodinâmica, explicando o movimento tridimensional das moléculas, recaem sobre o velho teorema; na geometria analítica à distância ente dois pontos é na verdade uma interpretação da relação pitagórica; no estudo da composição dos movimentos ou simplesmente Dinâmica lá esta ele aplicado a vetores. Este teorema de mais ou menos quatro mil anos (Pitágoras não foi o primeiro a descobri-lo) não seria tão importante se limitasse apenas ao campo acadêmico, ele é aplicado no cotidiano de pessoas comuns em seus oficio diários ­— pelo pedreiro ou carpinteiro na construção do telhado, na diagonal de uma caixa de presente, pelo arquiteto usando o esquadro no desenho de um projeto, da distancia mínima que o bombeiro deve colocar a escada apoiada em uma parede durante um salvamento, na medida de polegadas do monitor no qual supostamente você esta lendo este texto que é á medida da diagonal do mesmo.
Sendo o mais fácil de provar, bem não que seja tão fácil assim, mas com certeza é o que possui mais demonstrações que vão de simples relações geométricas, deduções empíricas ao rigor do calculo algébrico.  Há no livro The Pythagorean Proposition, de Elisha Scott Loomis, 370 demonstrações de provas do teorema, Euclides em Elementos tem a sua demonstração, o matemático hindu Bhaskaha demonstrou com um diagrama tão belo e simples que em seu livro não explicou nada apenas escreveu veja, até um presidente dos Estados Unidos fizera sua tentativa de prova com êxito. ­­­­
— Pois bem, então você vai se perguntar por que então se chama Teorema de Pitágoras?
—Simples, a propaganda é a alma do negocio, ele foi o que mais divulgou essa relação matemática.
— Mas quem foi Pitágoras? O mais fabuloso dos sábios da antiguidade, considerado por seus seguidores um Semideus, um Sacerdote conhecedor das verdades eternas capaz de ir ao Hades e voltar ileso, um sábio, um Filosofo, um matemático. Essa figura quase que lendária é um aglomerado de todos estes estereótipos, Pitágoras de forma fascinante conseguiu unir a Matemática, a Filosofia e o Misticismo. — por assim disser. Debaixo do mesmo teto em uma harmonia singular, para Ele (Pitágoras) não havia distinção entre Geometria (Matemática — As Ciências Exatas), Filosofia (Ciências Humanas) e Religiosidade (Misticismo —Teologia ). A Matemática desenvolve o pensamento logico a capacidade de perceber o material, formas e objetos. Por sua vez a Filosofia concede a contemplação do Imaterial do metafisico que só é vivenciado pela fé, no sentido amplo da palavra, no místico. Assim sobre esse tripé foi fundamentada a ordem dos pitagóricos tendo como elo entre estas facetas do saber o número.
Antes de se torna um Mestre e criador da ordem conhecida pelo derivado de seu nome, O primeiro matemático puro como também é conhecido, teve suas aventuras em busca do Saber. Nascido entre 585 e 565 a.C, na ilha de Samos filho de um mercador possivelmente um joalheiro que talvez ainda na sua infância levara o pequeno Pitágoras em algumas de suas viagens. Sabe-se que Ele teve na sua juventude, ao que indica algumas fontes, três Mestres. Possivelmente aos 20 anos conhecera Tales de Mileto que pela ocasião era bastante idoso, recebendo influência direta no gosto pelas formas e simetrias na busca por padrões matemáticos. Acredita-se que Pitágoras foi aluno de um dos discípulos de Tales, Anaximandro com o qual conhecera a ideia iônica de uma substância primária responsável por tudo que existe no cosmos, que iria influenciar na sua concepção de que “tudo é Número”, o elemento primordial não seria a Agua, o Fogo, a Terra, o Vento ou o Átomo, o universo seria traduzido em números. Pitágoras ainda iria instrui-se aos pés de Péricles, ainda sua jornada em busca de conhecimento Ele viajou pela Ásia e Egito conhecendo todo misticismo dos templos destas regiões do globo.
Há quem diga que o Jovem Pitágoras viajou muito, esteve por várias vezes na Caldeia e talvez na Índia. Ele estava no Egito quando em 525 a.C. Cambyses II, o rei de Pérsia, invadiu o Egito capturando as cidades de Heliópolis e de Memphis de onde foi levado como prisioneiro de guerra. Mas isto não se constituiu um infortúnio para ele, bem pelo contrário, foi algo que muito contribuiu para o seu desenvolvimento, desde que pode então se familiarizar com o apogeu dos ensinamentos babilônicos que se constituíam o mais elevado nível de perfeição da aritmética, da música e de outras ciências matemáticos ensinadas lá ensinados. Aproximadamente no ano 520 a.C. deixou a Babilônia e voltou para Samos. Ignora-se como ele obteve a liberdade para regressar, mas isto só ocorreu após a morte de Cambyses ocorrida em 522 a.C. Logo depois do seu retorno ele fez uma viagem para Creta visando estudar as leis daquela ilha.


Em 530 a.C, Pitágoras fundou sua  Escola e Seita Religiosa na cidade de Crótona, no sul da Itália. Tornando-se em poucos anos uma força dominante na politica e espiritualidade, principalmente pelo caráter absolutista e dominante. —Hora, mas o que levou tantas pessoas a seguirem Pitágoras? Suas Apresentações eram envolventes, suas provas prefeitas. Veja o exemplo de sua mais celebre descoberta para os gregos, não foi o Teorema que leva seu nome, a escala musical. (você sabe Dó, Re, Mi, Fá, Só, Lá, Ci). Imagine Pitágoras no areópago de Crótona discursando e demonstrado a cada afirmativa com um toque afiando um instrumento musical na prova de sua Teoria dos Sons, encerando com sua bela frase:
 “Demostrado que os intervalos musicais, ou seja, ao apertamos um determinado comprimento de corda da lira (uma espécie de instrumento de cordas grego, como o violão moderno) produzimos um som agudo ao apertamos em outro local produzimos um som grave sendo que estas distâncias estão numa razão simples de 1, 2, 3 e 4. Bem se a musica que leva a pessoa ao êxtase nas cerimônias religiosas, portando mais próximo do divino, poderia ser decomposta em padrões numéricos explicando por que certos sons são agradáveis e outros não, pode-se concluir que: — Os Números Governam o mundo!”
Bem o Conhecimento dos Pitagóricos foi além da teoria musical, a noção de números par e impares é atribuído a Pitágoras e seus seguidores bem como a ideia de agrupar números e em formas geométricas gerando o conceito de números triangulares e quadrados, que mais tarde seria usado no conceito de raiz quadrada e por ultimo o poderosíssimo Teorema de Pitágoras.
 É incrível perceber que Pitágoras mesmo sem escrever uma única silaba deixou um legado precioso para o rol do conhecimento humano. — isso mesmo tudo que se sabe sobre Pitágoras são citações de escritores antigos entre estes Aristóteles e Platão, bem como de registros dos arquivos da organização por ele criada que ainda existe na atualidade como material "secreto" da Ordem Pitagórica, contendo as palavras do “Grande Mestre”, motivo esse que leva muitos a acreditarem que o Teorema de Pitágoras não é de sua autoria e sim de um de seus discípulos. Fato que não mancha a reputação do Primeiro matemático Puro que deixou como herança a ideia que tudo pode ser contabilizado, a essência da matemática, o numero como objeto de veneração, a matéria prima do hábil calculista, a magia que só aqueles que enveredam nessa prodigiosa ciência conhecem; buscar no incógnito a resolução e demonstração para oculto e desconhecido.
 Neste momento podemos ouvir Pitágoras na porta de sua Academia, pronunciar algo como o pensamento de Matila Ghyka:
“Aquele que deseja estudar ou exercer a Magia deve cultivar a Matemática.”


Para saber mais, leia: 
     
A dança do universo: Dos mitos de Criação ao Big Bang
Autor: Marcelo Gleiser

Introdução à história da matemática
Autor: Howard Eves

As grandes e equações: A historia das formulas matemáticas mais importantes e os cientistas que as criaram
Autor: Robert P. Crease